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Requeima (Phytophthora infestans) no Tomateiro (Solanum lycopersicum L.)


Introdução

O Tomateiro Solanum lycopersicum L. é uma espécie cosmopolita, possuindo caule muito flexível, devido a isso, não suporta o peso de seus frutos e torna-se necessário adotar a pratica do tutoramento, podendo ser feito através da prática do fitilhamento ou do tutoramento com estacas, seu crescimento pode ser determinado ou indeterminado possuindo diversas variedades de frutos (ALVARENGA et al., 2013). É originário da América do Sul, onde as temperaturas são moderadas (médias de 15 ºC a 19 ºC) e as precipitações pluviométricas não são muito intensas, é cultivado em quase todo o mundo (SALVADOR, 2016). Sua produção global duplicou nos últimos 20 anos (MELO et al., 2005). Um dos principais motivos é a crescente rede de fast foods, e novos produtos industrializados a base de tomate. Além do tomate possuir várias vitaminas entre elas as mais principais é a vitamina A e C, e ainda possui a substância licopeno, que em pesquisas recentes, indicam que o mesmo ajuda a combater cânceres principalmente na região digestiva do corpo (CLOCK, 2011).


Segundo Salvador (2016), a produção mundial de tomates em 2013 foi de 163,9 milhões de toneladas. A China foi o maior produtor mundial de tomates no ano com 50,5 milhões de toneladas, representando 31% da produção do planeta. A produção brasileira o foi de 4,1 milhões de toneladas sendo apenas o 8ª maior, correspondendo a 3% do total mundial, sendo os maiores produtores Goiás com 879.589 mil de toneladas e em segundo lugar Minas Gerais com 715.890 mil toneladas. China, Índia, Estados Unidos da América, Turquia, Egito, Iran, Itália e Brasil são os principais produtores e produziram 71% do total mundial da solanácea.


A requeima atualmente está disseminada por quase toda a parte do globo, sendo uma das principais, senão a principal doença das Solanáceas. No Brasil seus primeiros relatos aconteceram por volta de 1950. Para seu desenvolvimento ótimo a requeima necessita de certas condições ambientais ideais, como baixas temperaturas e alta umidade. Sua disseminação é extremamente rápida e destrutiva, em locais com incidência de nevoeiro, orvalho e nebulosidade acompanhado de baixas temperaturas a destruição pode chegar a 100% da lavoura (ALVARENGA et al., 2013).



Classificação botânica


Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Solanales

Família: Solanaceae

Gênero: Solanum

Espécie: S. lycopersicum



Etiologia


Nome Científico: Phytophthora infestans

Reino: Chromista

Filo: Oomycota

Classe: Oomycetes

Ordem: Pythiales

Família: Phythiaceae

Nomes Comuns: Requeima

Hospedeiros: Capsicum annuum, Solanum lycopersicum, Solanum gilo, Solanum tuberosum, Solanum melongena, (maioria das solanáceas)

Parte(s) afetada(s): Folhas, frutos,caules

Fase(s) em que ocorre o ataque: durante todo o ciclo (Fase de desenvolvimento vegetativo)

(DOMINGUES, 2012)



Epidemiologia


O desenvolvimento é favorecido por baixas temperaturas (18 a 22º C) e alta umidade (91 a 100%) onde é produzido os esporângios e zoósporos. A Phytophthora infestans é capaz de sobreviver em restos de culturas, mudas infectadas e sementes. Sua dispersão ocorre principalmente pela água (irrigação e respingos de chuva) e pela ação do vento (ALVARENGA et al., 2013).



Sintomas


As partes jovens são as principais afetadas pela requeima, podendo atacar as folhas, hastes, inflorescências, frutos verdes e maduros. Nas folhas os sintomas são manchas verdes pálidas a marrom na parte superior. Em condições ideais de desenvolvimento (alta umidade e baixas temperaturas) as manchas se desenvolvem rapidamente apresentando o tecido encharcado e descolorido evoluindo para áreas maiores e mais escuras, levando a desfolha completa em poucos dias. Em casos extremos o fungo pode ser visto na face inferior da folha (ALVARENGA et al., 2013).



Controle


Quando o produtor tiver sua lavoura em áreas de risco (área com incidência de nevoeiro, geada, neblina intensa, baixas temperaturas) o controle mais indicado para está doença tão severa é a adoção do uso de fungicidas preventivos (protetores) evitando o aparecimento da doença. Também é necessário uma adubação correta na cultura, utilização de irrigação por gotejamento, evitando que as folhas fiquem sempre úmidas, utilizar mudas sadias e bem nutridas, conduzir o plantio de forma que não fique muito adensado a cultura , eliminar restos culturais, fazer rotação de cultura com gramíneas no mínio de 1 ano (ALVARENGA et al., 2013).


Alguns dos fungicidas protetores mais indicados são: Acrobat MZ, com princípio ativo: dimetomorfe (morfolina) + mancozebe (alquilenobis(ditiocarbamato)); Auge, com princípio ativo: hidróxido de cobre; Academic, com princípio ativo: Cimoxanil (acetamida) + mancozebe (alquilenobis(ditiocarbamato)) (AGROFIT, 2017).


Particularmente considero esta doença como a principal doença no tomateiro, pois é extremamente destrutiva e não há relatos de produtos químicos para serem utilizados após sua infestação na lavoura, os danos podem chegar a 100% acabando com a produção e inviabilizando o cultivo de diversas plantas próximo ao local e na mesma área. Sempre lembrando que é de extrema importância a presença um técnico ou Engenheiro Agrônomo para indicar as melhores formas de manejo da cultura e dos produtos químicos através do receituário agronômico.



Família Botânica: Solanaceae


Doença: Requeima


Agente causal: Phytophthora infestans


Data de Coleta: 06/04/2017


Local de Coleta: Horta particular



Referências


AGROFIT. Disponível em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 06 abr. 2017.


ALVARENGA, Marco Antônio Rezende et al. Tomate: Produção em Campo, Casa de Vegetação e Hidroponia. 2. ed. Lavras: Editora Universitária de Lavras, 2013. 455 p.


CLOCK, J.M. Produtividade, qualidade físico-química e conservação pós-colheita de frutos de tomateiro em função de fontes e doses de silício. Guarapuava/PR, 2011. Disponível em :<http://unicentroagronomia.com/destino_arquivo/dissertacao_josue.pdf >. Acesso em 29 de maio de 2015.

DOMINGUES, Dauciléia Paula. Etiologia e Controle da Mancha-de-estenfílio do Tomateiro (Solanum lycopersicum L.) no Estado do Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: <http://cursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgf/files/2013/08/Dissertação-PPGF-Dauciléia-Paula-Domingues.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2017.

MELO, P.C T.; VILELA, N.J. Desafios e perspectivas para a cadeia brasileira do tomate para processamento industrial. Horticultura brasileira, v. 23, n. 1, p.154-157, 2005.

SALVADOR, Carlos Alberto. Olericultura - Análise da Conjuntura Agropecuária. 2016. Disponível em: <http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prognosticos/2016/Olericultura_2015_16.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2016.



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