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Mancha de estenfílio (Stemphylium solani) em Jiló (Solanum aethiopicum gr. Gilo)


Introdução


Segundo Pereira et al. (2012) o jiló (Solanum aethiopicum gr. Gilo) é uma planta da família das solanáceas de ocorrência tropical. Ainda não se tem certeza sobre sua origem, porém há citações indicando ser de origem asiática ou africana, sendo introduzida no Brasil em meados do século XVII no nordeste durante a colonização. O jiló apresenta frutos carnudos, de casca fina, alongados ou redondos e sabor amargo característico. Seu cultivo ocorre normalmente entre primavera e verão em campo aberto, quando cultivado em estufas pode ser produzido durante todo o ano. O jiloeiro normalmente é cultivado na região Sudeste do país, com produção mais acentuada no Rio de Janeiro e Minas Gerais, com produção de até 60 toneladas por hectare.


Como a maioria das plantas da família das solanáceas o jiló apresenta grande suscetibilidade a diversas doenças. Atualmente há informações em alguns livros e revistas sobre as doenças, porém ainda é muito pouco estudado, visto que normalmente não é uma cultura tão explorada pelos produtores e também não é tão requisitada pelos consumidores, visto que seu gosto forte e amargo não atrai muitas pessoas (PEREIRA et al., 2012).


A mancha de stenfílio (Stemphylium solani) pode causar grandes prejuízos a grande maioria das plantas da família das Solanáceas principalmente em anos muito chuvosos, exemplo o jiloeiro. Os danos podem ocorrer durante todo o ciclo de desenvolvimento, as lesões podem ser confundidas com mancha de alternária ou cercosporiose, visto que apresenta sintomas semelhantes (PEREIRA et al., 2012).



Classificação botânica

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Solanales

Família: Solanaceae

Gênero: Solanum

Espécie: Solanum aethiopicum gr. Gilo

Etiologia

Nome Científico: Stemphylium solani

Reino: Fungi

Filo: Ascomycota

Classe: Dothideomycetes

Ordem: Pleosporales

Família: Pleosporaceae

Nomes Comuns: Mancha de estenfílio; Mancha das folhas

Hospedeiros: Capsicum annuum, Solanum lycopersicum, Solanum aethiopicum gr. Gilo, Solanum tuberosum, Solanum melongena

Parte(s) afetada(s): Folhas

Fase(s) em que ocorre o ataque: Durante todo o ciclo (Fase de desenvolvimento vegetativo)

(DOMINGUES, 2012)

Epidemiologia

Temperaturas entre 24°C e 27°C favorecem a doença. A presença de água abundante proveniente de chuva, irrigação ou nevoeiro é necessária para germinação dos esporos que caem sobre as folhas do jiló, dando início a doença (LOPES; QUEZADO-DUVAL, 2001). O fungo pode sobreviver em restos culturais, solo e plantas suscetíveis. A disseminação ocorre por sementes, vento, mudas infectadas e insetos, os sintomas podem começar a ocorrer em 3 dias após o contato com a planta. Enquanto ocorre a colonização, há liberação de toxinas que podem matar o tecido vegetal das folhas (MARZANO, 2017).

Sintomas

Segundo Domingues (2012), a doença pode ocorrer por toda planta em todos seus estádios, porém é nas folhas novas (ponteiros) das plantas adultas que acontece a maior infecção. A infecção é caracterizada pela presença de manchas pequenas, escuras e angulares nas folhas, pode acontecer das lesões racharem no centro, deixando as folhas furadas. Com o desenvolvimento da doença essas pintas tornam-se necróticas, irregulares e com coloração cinza-escura. Nas folhas mais velhas essas lesões coalescem, matando uma grande área dos folíolos (MARZANO, 2017).


Controle

O controle mais indicado a se fazer é o preventivo e por meio de tratos culturais, como: retirar plantas infectadas, não deixar restos de cultura, evitar água parada sobre a planta, fazer uma boa nutrição evitando que a planta fique mais suscetível, utilizar sementes e mudas de plantas de locais confiáveis e seguros. Utilizar ferramentas para previsão do clima preparando ou não aplicações antifúngicas (MANEJO ... 2009)


Não foi encontrado nenhum produto químico registrado para a doença na cultura. Assim é de extrema importância tentar realizar o controle preventivo, evitando o surgimento da doença. Nestes casos são de extrema importância a presença de um engenheiro agrônomo para o controle correto da doença.




Família Botânica: Solanaceae


Doença: Mancha de estenfílio; Mancha das folhas


Agente Causal: Stemphylium solani


Data de Coleta: 15/12/2016


Local de Coleta: Instituto Federal Do Sul de Minas Gerais Campus Inconfidentes








Referências


AGROLINKFITO. Mancha de stemphylium. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/agrolinkfito/secure/ProblemaDetalhe.aspx?p=1787>. Acesso em: 23 jan. 2017.

DOMINGUES, Dauciléia Paula. Etiologia e Controle da Mancha-de-estenfílio do Tomateiro (Solanum lycopersicum L.) no Estado do Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: <http://cursos.ufrrj.br/posgraduacao/ppgf/files/2013/08/Dissertação-PPGF-Dauciléia-Paula-Domingues.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2017.

LOPES, Carlos A.; QUEZADO-DUVAL, Alice M.. Tomate manchado. 2001. Disponível em: <http://www.grupocultivar.com.br/artigos/tomate-manchado>. Acesso em: 19 jan. 2017.

MANEJO agrometeorológico de pragas e doenças visando aplicação de agroquímicos – uma análise preliminar. 2009. Disponível em: <http://www.ciiagro.sp.gov.br/pragas.html>. Acesso em: 29 nov. 2016.

MARZANO, Bruna Pimenta. Stemphylium solani. Disponível em: <http://www.defesavegetal.net/stemso>. Acesso em: 23 jan. 2017.

SILVA, João Bosco Carvalho da et al. Cultivo de Tomate para Industrialização: Pinta-preta (Alternaria solani). 2006. Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/TomateIndustrial_2ed/doencas_fungo.htm>. Acesso em: 29 nov. 2016.


PEREIRA, Ricardo Borges et al. Doenças e pragas do jiloeiro. 2012. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/942542/1/ct1061.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2017.






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