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Uso de fungicidas: Benefícios e Consequencias

O uso de produtos fungicidas é o método mais comum e eficiente utilizados no controle de vários fungos causadores de doenças em plantas, principalmente pelo fácil manuseio de aplicação e rápido resultado, porém, há diversos casos em que os fungicidas são aplicados indiscriminadamente de formas erradas podendo ocasionar diversos problemas a médio e longo prazo principalmente para as plantas, humanos e animais, sendo um dos principais problemas a indução de resistência, este é um dos mais importantes problemas no controle de patógenos na atualidade (GHINI; KIMATI, 2002).


Os primeiros fungicidas fabricados foram os protetores, iniciando em 1882 com a calda bordalesa, passando por organo-mercuriais e chegando aos ditiocarbamatos entre outros. Os fungicidas protetores tem que ser aplicados bem antes da aparição o fungo, pois eles conseguem apenas evitam as infecções, se a planta já esteja infectada, os fungicidas protetores irão apresentar eficiência extremamente baixa. Os fungicidas inibem diversos processos bioquímicos dos fungos, afetando diversas partes, atuando somente em partes externas das plantas e são insolúveis, pois, não devem penetrar na planta, visto que são fitotóxicos (GHINI; KIMATI, 2002).


Somente depois da segunda grande guerra mundial que começaram a desenvolver produtos que conseguissem penetrar nas plantas e árvores e que não as causassem nenhum mal. Por volta dos anos de 1960 que começa a fabricação dos primeiros fungicidas sistêmicos, que tem por característica inibir um ou poucos processos bioquímicos do fungo, sendo eles o benomyl e o carboxin, que puderam fazer com que a produção aumentasse consideravelmente a produção e evitando diversos patógenos, contudo, passado algum tempo, estudiosos começaram a observar que alguns fungos estavam iniciando o processo de resistência aos fungicidas devido ao grande uso e baixa variabilidade de fungicidas (GHINI; KIMATI, 2002).


O mecanismo de resistência dos fungos vão depender principalmente de qual fungicida que é aplicado. Os fungos apresentam grande variabilidade genética em curto espaço de tempo, visto que se reproduzem extremamente rápido, deste modo é muito grande a probabilidade de seleção de linhagens resistentes é muito grande. A aplicação do fungicida em diversas ocasiões seleciona as linhagens mais resistentes e elimina a as mais suscetíveis, sendo assim, a cada aplicação selecionará mais e mais linhagens resistentes, até quando o princípio ativo do fungicida não apresentará mais significância no controle, assim é de extrema importância a rotação de fungicidas com princípios ativos diferentes (GHINI; KIMATI, 2002).


Um problema corriqueiro que acontece é a resistência cruzada, consistindo que um fungo possua resistência para um ou mais princípios ativos. Isso acontece devido ao mau uso de fungicidas anteriormente, que culminaram em resistências a diversos ingredientes ativos. Deste modo um fungicida X pode ter o princípio ativo 1 e um fungicida Y também pode ter o mesmo princípio ativo 1, caso apareça um fungo com resistência a este principio ativo 1, os dois fungicidas serão ineficientes, sendo sugerido fazer rotação de produtos químicos, alternando seus princípios ativos (GHINI; KIMATI, 2002).


Atualmente as empresas produtoras de fungicidas realizam diversos testes antes de lançarem seus produtos para comércio, pois é de extrema importância elaborar produtos com diversos ingredientes ativos e que não possam resistência e que não são ineficazes aos fungos. Uma das formas mais eficazes de produção de fungicidas na atualidade são aqueles que possuem ingrediente ativo que age de forma protetora e sistêmica, pois a possibilidade de indução de resistência dos fungos é extremamente pequena, visto que há diversas formas para combate-lo (GHINI; KIMATI, 2002).


LAÉRCIO ZAMBOLIM

Fonte: http://www.summanet.com.br/summanet-site/congressos/2010/palestras/p14.htm (ZAMBOLIM, 2010)

Referências

GHINI, Raquel; KIMATI, Hiroshi. Resistência de fungos a fungicidas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2002. 78 p.


ZAMBOLIM, Laércio. Resistência de fungos a fungicidas. 2010. Disponível em: <http://www.summanet.com.br/summanet-site/congressos/2010/palestras/p14.htm>. Acesso em: 12 fev. 2017.

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