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Vira-cabeça (Tospovírus) em Tomateiro (Solanum lycopersicum L.)

Introdução


O Tomateiro é uma espécie cultivada, cosmopolita, Solanum lycopersicum L., possui caule muito flexível, devido a isso, não suporta o peso de seus frutos e torna-se necessário adotar a pratica do tutoramento, podendo ser feito através da pratica do fitilhamento ou do tutoramento com estacas. É originário da América do Sul, onde as temperaturas são moderadas (médias de 15 ºC a 19 ºC) e as precipitações pluviométricas não são muito intensas, é cultivado em quase todo o mundo (SALVADOR, 2016). Sua produção global duplicou nos últimos 20 anos (MELO et al., 2005). Um dos principais motivos é a crescente rede de fast foods, e novos produtos industrializados a base de tomate. Além do tomate possuir várias vitaminas entre elas as mais principais é a vitamina A e C, e ainda possui a substância licopeno, que em pesquisas recentes, indicam que o mesmo ajuda a combater cânceres principalmente na região digestiva do corpo (CLOCK, 2011).


Segundo Salvador (2016), a produção mundial de tomates em 2013 foi de 163,9 milhões de toneladas. A China foi o maior produtor mundial de tomates no ano com 50,5 milhões de toneladas, representando 31% da produção do planeta. A produção brasileira o foi de 4,1 milhões de toneladas sendo apenas o 8ª maior, correspondendo a 3% do total mundial, sendo os maiores produtores Goiás com 879.589 mil de toneladas e em segundo lugar Minas Gerais com 715.890 mil toneladas. China, Índia, Estados Unidos da América, Turquia, Egito, Iran, Itália e Brasil são os principais produtores e produziram 71% do total mundial da solanácea.


O tospovírus ou Vira-cabeça pertence a família Bunyaviridae, pode ser causado por diversas espécies, as principais são: Tomato spotted wilt virus (TSWV), Tomato Chlorotic spot virus (TCSV), Groundnut ringspot virus (GRSV) e Chrysanthemum stem necrosis virus (CSNV). As espécies TSWV, TCSV, GRSV e CSNV pode englobar diversas espécies hospedeiras, mas as principais atingidas são as Solanáceas e Compositae. Os principais vetores desse vírus são as diferentes espécies de tripes, sendo: Frankliniella occidentalis e F. shultzei. Contudo o vírus só pode ser adquirido pelos tripes enquanto está na fase larval. Em geral, os tospovírus causam grandes prejuízos econômicos às plantas ornamentais e hortaliças, destacando-se o tomateiro, pimentão e alface (MEDEIROS; BÔAS, 2017).



Classificação botânica


Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Solanales

Família: Solanaceae

Género: Solanum

Espécie: S. lycopersicum



Etiologia


Nome Científico: Frankliniella occidentalis e F. shultzei

Reino: Animalia

Filo: Arthropoda

Classe: Insecta

Ordem: Thysanoptera

Família: Thripidae

Nomes Comuns: Vira-cabeça

Hospedeiros: Capsicum annuum, Solanum lycopersicum, Solanum gilo, Solanum tuberosum, Solanum melongena

Parte(s) afetada(s): Brotos, Caule, Folhas, Frutos, Ramos

Fase(s) em que ocorre o ataque: durante todo o ciclo (Fase de desenvolvimento vegetativo)

(MEDEIROS; BÔAS, 2017)



Epidemiologia

Os tripes são animais raspadores-sugadores e se alimentam das seivas das plantas, podem se reproduzir por partenogênese ou reprodução assexuada e seus ovo são colocados sobre as folhas, em poucos dias eclodem os ovos e aparecem as ninfas ou jovens, sendo a metamorfose incompleta com dois estágios larvais, posteriormente ocorre a fase pré pulpa, pulpa e estágio final com asas, seu ciclo ocorre em torno de 15 dias. Os tripes podem causar duas formas de danos, os diretos e indiretos (MEDEIROS; BÔAS, 2017).


Os danos diretos normalmente ocorrem por causa da alimentação de ninfas e dos adultos nos tecidos vegetais das plantas, causando deformação e lesões em frutos. Ocorrem a presença de pontuações ate mesmo estrias de coloração prateada no local onde ocorre a alimentação dos tripes. As folhas também podem ficar quebradiças (MEDEIROS; BÔAS, 2017).


Danos indiretos: Os tripes se alimentam da seiva e por consequência acabam transmitindo os tospovírus para as plantas atacadas. Os sintomas são o bronzeamento das folhas e caule com estrias negras, frutos com manchas amareladas e com a brotação principal curvada. Pode ocorrer estragos maiores quando os tripes migram de outras plantações, podendo tomar conta da plantação em até 45 dias (MEDEIROS; BÔAS, 2017).


Sintomas


Segundo Silva et al. (2006) os principais sintomas apresentados são: bronzeamento, arroxeamento, e palidez da folha, os ponteiros ficam virados para baixo, a planta diminui significativamente o seu porte e possíveis lesões necróticas nas hastes. Quando os frutos amadurecem podem apresentar lesões anelares e concêntricas. Não há provas de ocorrência de transmissão por sementes. Há algumas cultivares atualmente resistentes ao tospovírus, pois, portam o gene de resistência Sw-5 (tomate híbrido Predador).



Controle


É de extrema importância tentar inicialmente usar o MIP (É o uso de técnicas, manejo e o conhecimento dos insetos praga e os insetos que atuam como inimigos naturais, também pode-se usar barreiras naturais e outras táticas (MEDEIROS; BÔAS, 2017). Caso não consiga controlar apenas com o MIP é necessário partir para o controle químico, sendo os mais utilizados: Kohinor 200 SC com principio ativo Imidacloprido, Orthene 750 BR com princípio ativo Acephate + Silicato de Alumínio e Provado 200 SC com princípio ativo Imidacloprido (AGROLINKFITO, 2017). O controle químico deve ser usado de maneira racional, pois o uso indiscriminado de produtos químicos favorece o aumento populacional das pragas.


Deve-se ressaltar que o controle químico deve ser usado somente quando necessário e com alternacia de seus pricipios ativos, evitando gerar resistência nos insetos. é de suma importância a presença do Engenheiro Agronômico ou técnico na propriedade e a presença do receituário agronômico na hora da compra dos produtos químicos.



Família Botânica: Solanaceae


Doença: Vira-cabeça do tomateiro

Transmissor: Frankliniella occidentalis e Frankliniella schultzei


Data de Coleta: 18/12/2016


Local de Coleta: Instituto Federal Do Sul de Minas Gerais Campus Inconfidentes



SILVA, B. D. N.

SILVA, B. D. N.

SILVA, B. D. N.

Referencias


AGROLINKFITO. Tripes: Frankliniella schultzei. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/agrolinkfito/secure/ProblemaDetalhe.aspx?p=407>. Acesso em: 24 jan. 2017.


CLOCK, J.M. Produtividade, qualidade físico-química e conservação pós-colheita de frutos de tomateiro em função de fontes e doses de silício. Guarapuava/PR, 2011. Disponível em :<http://unicentroagronomia.com/destino_arquivo/dissertacao_josue.pdf >. Acesso em 29 de maio de 2015.

MELO, P.C T.; VILELA, N.J. Desafios e perspectivas para a cadeia brasileira do tomate para processamento industrial. Horticultura brasileira, v. 23, n. 1, p.154-157, 2005.

SALVADOR, Carlos Alberto. Olericultura - Análise da Conjuntura Agropecuária. 2016. Disponível em: <http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prognosticos/2016/Olericultura_2015_16.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2016.

SILVA, João Bosco Carvalho da et al. Doenças - Vírus: Viroses do complexo do vira-cabeça do tomateiro. 2006. Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/TomateIndustrial_2ed/doencas_virus.htm>. Acesso em: 24 jan. 2017.

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