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Erwinia, Canela-preta (Pectobacterium spp.) em Batata (Solanum tuberosum L.)

Introdução


A batata (Solanum tuberosum L.) tem sua origem na América do Sul, próximo as cordilheiras dos Andes tendo registros de sua ocorrência a mais de 8.000 anos. Com as colonizações da América do Sul, rapidamente a batata foi levada até a Europa. Por volta do ano de 1570, em 1620 a batata já era um dos principais alimentos da Europa, tendo predominação ate meados de 1892, mesmo após o incidente ocorrido com a requeima (Phytophthora infestans)(FERNANDES et al., 2017).


A batata foi e é a base da alimentação na Europa, as pessoas da Irlanda, especialmente os trabalhadores, comiam cerca de 4 a 8 kg de batata por dia. No ano de 1845 a 1846 houve uma devastadora doença que assolou as lavouras de batata, a Phytophthora infestans, a doença foi identificada primeiramente na Bélgica, passado algumas semanas já estava presente na Holanda e em seguida França, logo se espalhou por quase toda Europa, sendo constatado no dia 6 de setembro de 1845 sua chegada na Irlanda, sendo que a queda de produção nesse ano chegou a 25% (BERGAMIN FILHO; AMORIM; REZENDE, 2011).


A batata é uma espécie de ciclo anual autotetraploide (2n = 4x = 48 cromossomos), sua produção se dá por tubérculos. Os tubérculos são caules adaptados para reserva de alimentos e também para reprodução, formando como resultado o engrossamento da extremidade dos estolões, que são caules modificados e subterrâneos semelhantes a raízes, as flores podem variar de branca a roxa dependendo da variedade da cultivar e sua propagação é por meio de tubérculos (clones mais utilizado) (FERNANDES et al., 2017). No ano de 2014 a produção do Brasil chegou a 3.675.611 Toneladas e uma área produzida de 130.730 hectares, sendo Minas Gerais o estado com maior produção (BATATA, 2017).

A canela preta e a podridão mole, são causadas por bactérias apodrecedoras do gênero Pectobacterium spp., elas atuam liberando enzimas que degradam os tecidos dos tubérculos dando aos tubérculos e ramas afetados um aspecto amolecido (LOPES; QUEZADO-DUVAL, 2001).


Várias espécies de plantas podem ser afetadas pelas “erwínias apodrecedoras”, sendo as hortaliças um grupo particularmente mais vulnerável devido ao alto teor de água em sua constituição. Em lavouras de batata, as perdas são resultado da infecção das ramas (podridão-mole ou canela- preta), podendo comprometer toda a planta, ou da podridão de tubérculos em campo e/ou após a colheita (podridão-mole) (LOPES; QUEZADO-DUVAL, 2001).


Classificação Científica:

Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Solanales Família: Solanaceae Género: Solanum Espécie: S. tuberosum

Etiologia

Nome Científico: Pectobacterium spp.

Reino: Bacteria

Filo: Proteobacteria

Classe: Gamaproteobacteria

Ordem: Enterobacteriales

Família: Enterobactereaceae

Nomes Comuns: Canela preta, Erwinia

Hospedeiros: Capsicum annuum, Solanum lycopersicum, Solanum tuberosum

Parte(s) afetada(s): Folhas, limbo foliar, flor, fruto, caule

Fase(s) em que ocorre o ataque: Durante todo o ciclo

Epidemiologia

Segundo Oliveira (2017), a bactéria pode sobreviver no solo por longo tempo e é favorecida em clima com altas temperaturas, alta umidade, solos ácidos e encharcados, má drenagem, irrigação por asperção, adubação desequilibrada e excesso de nitrogênio, podendo causar diversos problemas para várias espécies de plantas, sendo as solanáceas e as crucíferas as principais. As principais formas de disseminação do patógeno são: a água de irrigação, sementes contaminadas e restos vegetais infectados deixados no campo.

Sintomas

Os sintomas ocasionados pelas espécies de da canela-preta Pectobacteirum spp. são muito parecidos, as condições favoráveis para o desenvolvimento da doenças, como: altas temperaturas, alta umidade, solos encharcados, irrigação por asperção entre outras praticas de manejo, podem favorecer o aumento significativo da infestação e aparecimento dos sintomas na planta. Quando a batata-semente está infectada mas não apodrece totalmente, após a sua brotação, verifica-se um apodrecimento de cor escura nas ramas, da base para o topo da planta, que é o sintoma característico sendo o escurecimento da rama é mais comum sob temperaturas mais baixas (LOPES; QUEZADO-DUVAL, 2001).

Quando ocorre o apodrecimento do tecido da planta é possível sentir um odor extremamente desagradável em decorrência da invasão de organismos secundários. Em solos excessivamente úmidos, os sintomas nos tubérculos infectados se agravam pela ação de outras bactérias anaeróbicas presentes no solo. Quando isto acontece, todo o tubérculo apodrece, às vezes permanecendo somente a sua casca (LOPES; QUEZADO-DUVAL, 2001).

Controle

O controle mais indicado a se fazer é o preventivo e por meio de tratos culturais, como: não deixar restos de cultura na área, evitar água parada sobre a planta, evitar plantar em áreas com histórico da doença, evitar plantar em solos com má drenagem, optar por irrigação por gotejamento, fazer uma nutrição equilibrada evitando que a planta fique mais suscetível, evitar excesso de nitrogênio, realizar rotação de culturas, sempre utilizar sementes ou mudas tratadas (OLIVEIRA, 2017).


Caso seja necessário o uso de controle químico os mais indicados atualmente são: Kasumin com o princípio ativo casugamicina, Midas BR com o principio ativo Famoxadone + Mancozeb e Fegatex com princípio ativo Cloreto de Benzalcônio. Sempre lembrando que é de extrema importância a presença um técnico ou Engenheiro Agrônomo para indicar as formas de manejo do produto através do receituário agronômico (AGROLINKFITO, 2017).

Data de Coleta: xx/xx/xxxx

Local de Coleta: xxxxxxxxxxxx

Coleta realizada pelo Professor Cleiton Lourenço de Oliveira.

Referencias

AGROLINKFITO. Canela-preta. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/agrolinkfito/secure/ProblemaDetalhe.aspx?p=3108>. Acesso em: 20 jan. 2017.

BATATA, Associação Brasileira da. Batata – Produção Brasileira. Disponível em: <http://www.abbabatatabrasileira.com.br/images/pdf/batatabrasil_app.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.

BERGAMIN FILHO, Armando; AMORIM, Lilian; REZENDE, Jorge A. M.. IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS DE PLANTAS. In: AMORIM, Lilian; REZENDE, Jorge A. M.; REZENDE, Jorge A. M.. Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres Ltda, 2011. Cap. 2. p. 19-20.

FERNANDES, Adalton Mazetti et al. A cultura da batata. Disponível em: <https://www.embrapa.br/hortalicas/batata/origem-e-botanica>. Acesso em: 20 jan. 2017.

LOPES, Carlos Alberto; QUEZADO-DUVAL, Alice Maria. Podridão-mole e canela-preta da batata. 2001. Disponível em: <http://www.abbabatatabrasileira.com.br/revista03_006.htm>. Acesso em: 20 jan. 2017.

OLIVEIRA, Izabella Menezes de. Erwinia carotovora subsp. carotovora. Disponível em: <http://www.defesavegetal.net/erwica>. Acesso em: 20 jan. 2017.

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