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História da Fitopatologia

A fitopatologia é uma ciência que estuda as doenças em plantas e todos seus aspectos desde a parte de diagnose e sintomatologia, descrevendo sobre epidemiologia, etiologia, sintomas, danos, até seu manejo.


As doenças fitopatológicas são conhecidas há muitos e muitos anos. A partir do momento que o homem deixou de ser nômade e passou a estar fixo em um terreno e se iniciou a agricultura, a relação de necessidade de alimentos e ocorrência de doenças, já estava presente, existindo citações em Homero ( 1000 A.C.) e até mesmo no Velho Testamento (750 A. C.), contudo eram atribuídas razões voltadas a religião, ocorrendo pragas divinas devido a algum pecado. O próprio Velho Testamento chega a citar sobre a ferrugem dos cereais, doenças na videira, figueira e outras plantas comummente cultivadas naquele tempo.


Os romanos atribuíam as doenças ocorridas em suas lavouras aos deuses Rubigus e a deusa Robigo e como forma de acalma-los era realizado a rubigália, e eram feitos sacrifícios aos deuses com intuito de conseguirem o perdão e proteção para as próximas colheitas.


Homero ainda citou que o enxofre poderia controlar doenças nas plantas, também foi citado por Demócrito (470 A. C.) que o extrato da borra das videiras eram eficientes no controle da requeima.


A idade média por ser um período muito conturbado, há poucas informações sobre as doenças, sendo a mais expressiva vinda dos árabes, em especial Ibn-al-Awam em Sevilha, que desenvolveu e publicou um catálogo de doenças de plantas chamado Kitab-al-Felahah.


A fitopatologia é marcada por 5 principais períodos sendo eles:


Período Místico: Refere-se ao início do século XIX, e recebe este nome devido as diferentes causas e motivos irracionais sugeridos pelos estudiosos da época, contudo no final do período já avia uma pequena parte de pesquisadores que detalhavam peculiarmente suas obras botânicas, com base na sintomatologia das doenças, também houve o inicio da associação de plantas doentes com fungos. Em 1728 é realizado o primeiro experimento fitopatológico de sucesso, sendo: a inoculação de escleródios de Rizhoctonia violacea em diversas espécies de plantas. Foi nesse período que predominava as teorias de geração espontânea, que dada doença acontecia do nada, ou de alguma receita rústica e irracional.


Período da Predisposição:

O período tambem iniciou-se no inicio do século XIX, porém quando ja se sabiam sobre a associação de fungos com plantas doentes. Em 1807 foi publicado o trabalho de Isaac-Bénédict Prévost, Mémoire sur la cause immédiate de la carie ou charbon de blés (Nota sobre o carvão do trigo) mostrando o fungo Tilletia tritici que reafirmava as ideias de Tillet publicadas cerca de 60 anos antes em 1755, contudo, ainda acreditavam na geração espontânea de algumas doenças.


O botânico Franz Unger, em publicação do seu livro em 1833, Die Exantheme der Pflnzen (As lesões da planta) citava que os problemas ocorridos com as plantas poderiam ser por decorrência de alguma deficiência nutricional e também faz associação do local ambiental que a planta está com a possível aparição de fungos.


Um dos impulsos para as pesquisas relacionadas aos fungos ocorreu devido a um incidente na Europa, ( mais intensamente na Irlanda) em que a requeima dizimou as plantações de batata e um micologista, Anton de Bary conseguiu identificar o causador da doenças sendo a Phytophthora infestans revolucionando as teorias da época.


Período Etiológico:

Dois dos mais expressivos integrantes desse movimento foram Julius Kuhn e Anton Bary. começou a desenvolver a microbiologia com Louis Pasteur e o fim da teoria da geração espontânea em 1860. A fitopatologia é transformada em ciência, sendo a maioria das doenças descritas nessa época, como oídios, míldios, ferrugens e carvões, inicia-se também estudos sobre viroses e bacterioses, sendo a primeira citação de vírus em 1898, e um dos maiores avanços contra fungos, a descoberta da calda bordalesa em 1882. Em 1874 é publicado o livro Handbuch der Pflanzenkrankheiten (Manual de doenças de plantas) apresentando doenças parasitórias e doenças de causas não parasitórias e o reconhecimento da importância dos fatores ambientais.

Período Ecológico:

O principal diferencial desse período é o reconhecimento da importância do meio ambiente com relação a manifestação da doença. Os estudos são mais minuciosos que os demais períodos voltado para a interação das doenças com fatores ambientais, tais como, temperatura, solo, umidade, fotoperíodo oxigenação e outras características, assim a ocorrência das doenças começam a ser observadas por meio da interação meio ambiente, planta e patógeno.


Também é iniciado as pesquisas sobre resistência e a suscetibilidade das plantas em relação aos patógenos e estudos correlacionados sobre a genética do melhoramento e os primeiros conceitos sobre a variabilidade dos patógenos como variabilidade, biotipos entre outros. Em 1913 E.Riehm desenvolve trabalhos sobre fungicidas mercuriais orgânicos para os tratamentos de sementes e 1934 W. H. Tisdalle e I. Williams Desenvolvem fungicidas orgânicos do grupo tiocarbamatos.


Período Atual:

O principal foco foi na fisiologia de fungos e plantas e sobre o progresso de doenças em cultivo aberto. A fisiologia, microbiologia, bioquímica e bioestatística, foram as principais ferramentas para o desenvolvimento de novas teses e teorias entre ambiente, patógeno e plantas. Uma das ultimas tecnologias correlacionada a fitopatologia é a biotecnologia e o início de um novo período no início do século XX, o período Biotecnológico (BERGAMIN FILHO; KITAJIMA, 2011)

Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwjesOH16tLQAhVFOhoKHbXkCPUQjxwIAw&url=http%3A%2F%2Ffitopatologia-lfn424.blogspot.com%2F2012_08_01_archive.html&psig=AFQjCNFSubyzTsm_uJsYZrXeGm6bjAWAag&ust=1480676182313643

Referências

BERGAMIN FILHO, Armando; KITAJIMA, Elliot W.. HISTÓRIA DA FITOPATOLOGIA. In: AMORIM, Lilian; REZENDE, Jorge A. M.; REZENDE, Jorge A. M.. Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos. 4. ed. São Paulo: Agronômica Ceres Ltda, 2011. Cap. 2. p. 3-8.


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