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Cercosporiose (Cercospora capsici) no pimentão (Capsicum annuum)

Introdução


O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma importante cultura comercial em todo o mundo, sendo uma das dez hortaliças mais importantes economicamente no Brasil (VIANA, 2007). No Brasil é a terceira solanácea mais produzida, estando atrás apenas do tomate e da batata respectivamente e esta entre as 10 hortaliças mais importantes de São Paulo, apresentando área cultivada de 2.604 há produção de 130.751 t/há, rendimento de 50,2 t/há e as áreas de maior produção são Mogi das Cruzes, Sorocaba, Mogi mirim, Itapetininga, São João da Boa Vista e Presidente Prudente (GUIMARAES, 2011).


Os frutos do pimentão são ricos em vitamina C (DAL’COL, 2005). As pimentas em geral são cultivadas em todo território brasileiro e utilizadas usualmente na culinária, porém é ingrediente típico em algumas regiões, principalmente o nordeste e norte (BUSO et al., 2007).

As cultivares de pimentão geralmente são muito suscetíveis a ataque de doenças e pragas, não suficiente, existem poucos produtos registrados para a cultura, que acaba por ser mais fácil as infestações de pragas. Há tempos, o pimentão é considerado uma das culturas com maiores usos de produtos fitossanitários, surpreendentemente é que a maioria dos produtos não são destinados ao pimentão e sim a outras culturas isso gera uma grande contaminação, tanto ambiental, como humana. Assim um dos maiores problemas na produção do pimentão é conseguir alta produção e sanidade das plantas, com menor uso de agrotóxicos (GUIMARAES et al., 2015).


Um dos principais problemas na cultura do pimentão é a sua suscetibilidade a doenças (SANTOS, 2015). A cercosporiose Cercospora capsici Heald et F.A. Wolf, é uma das principais doenças no pimentão e pode atacar todas as partes da folha sendo característica sua mancha escura semelhante a um olho de pomba, sua introdução na lavoura pode ser por através de sementes ou implementos contaminados (MICHEREFF, 2006). ​


Classificação Botânica


Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Solanales

Família: Solanaceae

Gênero: Capsicum

Espécie: C. annum



Etiologia


Nome Científico: Cercospora capsici

Reino: Fungi

Filo: Ascomycota

Classe: Dothideomycetes

Ordem: Capnodiales

Família: Mycosphaerellaceae

Nomes Comuns: Cercosporiose

Hospedeiros: Capsicum annuum, Capsicum sp..

Parte(s) afetada(s): Semente ou grão, Folhas, Caule, ramos, Frutos

Fase(s) em que ocorre o ataque: Floração, Frutificação



Epidemiologia


O fungo sobrevive nos restos da cultura deixados no campo na forma de micélio e conídios; também sobrevive nas sementes contaminadas superficialmente. A disseminação a longa distância pode ocorrer pelas sementes contaminadas, porém esta via não é muito comum. A grande maioria dos conídios são disseminados pelo vento e respingos da água da chuva ou da irrigação por aspersão, implementos contaminados, roupa e mãos dos operários (Hernández, 2016). A cercosporiose apresenta grande ocorrência na cultura do pimentão (Capsicum annuun L.), sendo o clima mais adequado para o desenvolvimento do fungo em regiões quentes e altas temperaturas sendo favorecido por temperaturas de 23 a 27ºC. (SOARES et al., 2016).



Sintomas


Os sintomas apresentados pela planta podem ser no começo lesões aquosas, translúcidas, de coloração verde-escura, circulares, evoluindo para manchas que podem atingir 4-10 mm de diâmetro, com anéis concêntricos, as bordas escuras rodeadas por um halo clorótico e o centro branco-acinzentado, sobre o qual observam-se pontos escuros correspondentes às frutificações do patógeno. Sob ataques severos, as lesões podem coalescer e ocupar grandes áreas na lâmina foliar, provocando a queda da folhas, que pode ser quase total. O fungo ataca principalmente o pedúnculo, muito raramente ocorrem lesões sobre a superfície dos frutos (Hernández, 2016). Apresentam lesões alongadas podendo evoluir para grandes áreas necróticas, sendo designado o nome olho de pomba, que se desprendem das folhas, ocorrendo grande perda vegetativa expondo os frutos ao sol. (MICHEREFF, 2006). Ocorrendo a desfolha, pode ocasionar danos nos frutos devido a queimaduras de sol (SOARES et al., 2016).



Controle


Não há referências sobre variedades resistentes a C. capsici. O mais utilizado é o uso de sementes tratadas, visto que a planta possui alta sensibilidade a doenças, é recomendado fazer uma adubação equilibrada e enriquecer o solo com matéria orgânica, realizar rotações de culturas sempre com espécies não hospedeiras, plantar no espaçamento correto e eliminar as folhas e restos de culturas infectados, de preferencia queimando-os e realizar irrigação por gotejamento evitando ficar água disponível sobre a planta (Hernández, 2016).


Uma das partes mais importantes e cirúrgicas da produção do pimentão é o controle e o manejo das doenças. Os cuidados devem ser iniciados pela produção de mudas sadias, sob substrato adubado adequadamente, em viveiro bem instalado. Nos viveiros, em casos de riscos de contaminação, faz-se necessário o uso de pulverizações antifúngicas, a fim de obter maior segurança das plantas (AGUIAR, 2006).


Caso seja necessário a aplicação de fungicidas, os mais eficientes são Difcor 250 EC, Mancozeb, Sipcam Manzate 800 e Score, respeitando suas dosagens e formas de uso (Hernández, 2016).



Família Botânica: Solanaceae


Doença: Cercosporiose


Agente Causal (Teleomorfo): Cercospora capsici


Data de Coleta: 28/11/2016


Local de Coleta: Instituto Federal Do sul de Minas Gerais Campus Inconfidentes

Autor: Silva, B. D. N.

Autor: Silva, B. D. N.

Autor: Silva, B. D. N.

Referências

AGUIAR, Cibele. É tempo de prevenir a cercosporiose. 2006. Disponível em: <http://www.cafepoint.com.br/radares-tecnicos/folha-procafe/e-tempo-de-prevenir-a-cercosporiose-32862n.aspx>. Acesso em: 28 nov. 2016.

BUSO, José Amauri et al. Pimenta (Capsicum spp.): Apresentação. 2007. Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pimenta/Pimenta_capsicum_spp/index.html>. Acesso em: 22 nov. 2016.

DAL’COL, Leandro Homrich Lorentz Alessandro; BOLIGON, Lúcio Alexandra Augusti; STORCK, Sidinei José Lopes2 Lindolfo. Variabilidade da produção de frutos de pimentão em estufa plástica. Ciência Rural, v. 35, n. 2, 2005.

GUIMARAES, Jorge Anderson et al. Pesquisa de Orçamentos Familiares: Tabela de Medidas Referida para os Alimentos Consumidos no Brasil. 2011. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv50000.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2016.

Hernández, A.G.; Mendes, M.A.S. Relatório de Pragas e Doenças. 2016. Disponível em: <http://bi.agricultura.gov.br/reports/rwservlet?agrofit_cons&pragas;.rdf&p_cs_praga=D&p_id_praga=&p_nm_cientifico=cercospora capsici&p_nm_vulgar=&p_id_cultura=593¶mform=no>. Acesso em: 28 nov. 2016.

MICHEREFF, Sami Jorge et al. Elaboração e validação de escala diagramática para a cercosporiose do pimentão. Summa Phytopathologica, v. 32, n. 3, p. 260-266, 2006.

SANTOS, Aline da Silva. Caracterização morfológica de cercospora e eficiência da toxina cercosporina na seleção de genótipos de pimenteiras ornamentais. 2015. Disponível em: <http://tede.biblioteca.ufpb.br/handle/tede/8226>. Acesso em: 31 jan. 2017.

SOARES, Rafael M. et al. Crestamento foliar de cercospora e mancha púrpura. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/soja/arvore/CONTAG01_104_271020069133.html>. Acesso em: 25 nov. 2016.

VIANA, Francisco Marto Pinto et al. Controle das principais doenças do pimentão cultivado nas regiões serranas do Estado do Ceará. 2007. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/424975/controle-das-principais-doencas-do-pimentao-cultivado-nas-regioes-serranas-do-estado-do-ceara>. Acesso em: 31 jan. 2017.

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